25 de novembro de 2014

A peça da vida


Peça teatral com José Raposo (mamão) e a professora Ilda que dava aulas no Porto Formoso
Com a data de 07-05-1960

Outrora no Porto Formoso não era necessário chegar a dias de festa para passar um bom bocado a deliciar-se com uma peça de teatro. 
Os "dramas"" era assim chamado as peças que se fazia na casa do Coronel com lotação esgotada, famílias inteiras faziam bichas para entrar e ter um bom lugar.
Tragédias e comédias eram as mais lotadas, uma tela com personagens ao vivo, onde o povo silenciava-se.

PUUHHH, PUHHHH, PUHHHH, a peça vai começar.

20 de novembro de 2014

Folhas de Sustento

Plantação de chá, "Roça do Louro", situada a 500 metros da actual Fábrica de Chá Porto Formoso.
Plantação teve inicio em 1957
No passado do Porto Formoso, o cultivo do chá teve uma grande importância económica e social para São Miguel. As plantações cobriam enormes extensões de terreno de meia encosta, (...).
Na colheita manual da folha, participavam alegres ranchos de jovens, mulheres e rapazes, ao longo dos meses de verão, contribuindo com este trabalho, para a parca economia das suas famílias.
Expressões como "rapaz do chá", para definir adolescente sem especialização, ainda hoje utilizadas na Ribeira Grande, (...).
Salão Nobre da Câmara Municipal da Ribeira Grande
Painel de azulejos da autoria de Jorge Colaço, 1936
No fabrico caseiro de chá, que se manteve até aos nossos dias nas Capelas, Porto Formoso e Furnas, o chá era seco ao calor brando dos tradicionais fornos de lenha, logo após a cozedura do pão.(...) Embora seja difícil imaginar o chá como moeda de troca, as condições de vida de uma família rural, na época, eram difíceis e o trabalho agrícola era muitas vezes remunerado em géneros, entre os quais o chá (...).
Plantação "Roça do Louro", Porto Formoso 1963
As vivências do chá fazem parte da cultura do nosso povo. São por isso, um aspecto importante da nossa identidade.
Plantação "Chá do Feitor", Lomba da Maia 1958
A mulher da apanha do chá vestia de uma forma singular, colocando graciosamente o lenço por cima do chapéu de palha, resguardando os braços com "mitenes", feitos de meias velhas, quase sempre pretas. 
Usava um grande avental de algodão xadrez com uma ampla algibeira ao lado. A saia era lisa terminando em três refegos bordados a ponto espinho, a blusa era branca como bordado "Inglês" e calçavam galochas de madeira bordadas à mão.

Fonte "Porto Formoso - Um chá no Oceano", autoria de José António Pacheco